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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

MORTE APARENTE

Há momentos que guardamos na memória pelas melhores ou piores razões. O dia 31 do mês de Janeiro de 2001 foi um deles por uma razão determinante na minha vida. Nesse dia, depois de várias peripécias ocorridas durante os exames preliminares realizados no mês anterior, fui submetido a uma cirurgia cardiotorácica no HUC pela equipa do Prof. Manuel Antunes. A urgência desta cirurgia impunha-se devido ao estado crítico da minha saúde.
Não vou descrever aqui com pormenor a intervenção cirúrgica, registo apenas que a necessidade de reparar as válvulas aorta e tricúspide, o que implicou abrir o coração. Esta cirurgia faz-se recorrendo à circulação extracorpórea e arrefecimento do paciente a 28ºC. Pode dizer-se que, com o coração parado a esta temperatura, o paciente se encontra numa situação de morte aparente… Não, não posso corroborar aquela “visão” da luz intensa ao fundo de um túnel porque não tive essa visão… Contudo, tratou-se garantidamente de uma experiência marcante na minha vida. Depois de ter caminhado pelo sombrio vale da morte e de ter saído para a luz do dia, o passado fica definitivamente para trás e a partir daí começa uma vida nova… Esse renascer fez de mim uma pessoa melhor sob todos os aspectos com uma necessidade urgente de apreciar as pequenas coisas e cada novo dia de vida….
Obviamente não desejo que ninguém passe por uma experiência desta natureza mas que é uma boa forma, embora radical, de nos deixarmos de preocupar com coisas comezinhas e apreciar a maravilha que é viver… não resta a menor dúvida.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

DORMIR SOBRE O ASSUNTO

Há dias em que a gente sente que algo não está bem. Há qualquer coisa que não engrena ou então existe um pequeno grão de areia (um qualquer assunto) na engrenagem… Por mais que a gente se esforce para encontrar a causa (o pequeno grão de areia), nada adianta… E duma hipótese, parte-se para outra que depois de avaliada e testada leva a uma outra e esta, por sua vez, arremessa-nos para uma nova hipótese numa sucessão infernal… Mas o pior, é que nenhuma das hipóteses ponderadas permite chegar a uma conclusão, pela simples facto de que muitas vezes não há nenhuma razão plausível. Ou então, se há, essa razão está de tal maneira camuflada que nunca será desvendada por mais que se canse a cabeça a pensar no assunto. Às vezes é preciso dormir sobre o assunto pois lá diz o provérbio que “o travesseiro é bom conselheiro”. Mas como é sabido, o travesseiro não fala… Não é portanto por aí que se vai alcançar a paz (ou o inferno) de uma certeza… Contudo existem estudos que apoiam a tese de que o sono ajuda a clarificar determinados problemas permitindo encontrar com mais facilidade a respetiva solução.
Na minha opinião, dormir apenas permite deixar de pensar no assunto. Nesta perspectiva o sono até pode ser encarado como uma fuga ao problema. Ou então, o facto de dormir sobre o assunto, embora não possibilite encontrar uma resposta, permite ver a real grandeza do problema que muitas vezes, não é aquele colosso que parecia na véspera mas apenas um pequeno grão de areia…
Há dias em que a gente sente que algo não está bem e é preciso dormir sobre o assunto…
Há dias assim…

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A HORA DA VERDADE

Ao longo do tempo, as sucessivas gerações, têm sido apelidadas de acordo com a moda, as condições socioeconómicas ou as características do momento. Já tivemos a “geração rasca” (apelidada pelo jornalista Vicente Jorge Silva em 1994), a “geração à rasca”, a geração X, Y,… e outras tantas sujeitas a epítetos quejandos.
Se tivesse que escolher um epiteto para a geração actual e num sentido mais lato, diria que vivemos não na geração mas na sociedade do faz de conta. O “faz de conta” começa logo em casa de cada um com os pais a fazerem de conta que educam os filhos… Por sua vez, os filhos fazem de conta que estudam, respeitam e obedecem aos pais… O faz de conta prolonga-se até à escola com os professores a fazerem de conta que ensinam (subjugados à indisciplina que grassa na sala de aula) enquanto os alunos fazem de conta que aprendem… Nas empresas, alguns profissionais fazem de conta que trabalham e alguns empresários fingem que canalizam os lucros para sustentar e desenvolver as empresas. Os governantes fazem de conta que se preocupam com o futuro do país enquanto os deputados fazem de conta que defendem os interesses do povo em detrimento dos interesses pessoais. Nas empresas públicas, há gestores que fazem de conta que não são corruptos… e o povo (nem todo) faz de conta que acredita…
Até que chegue a hora da verdade…

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

TUDO EM VOLTA DO QUEIJO

Se calhar deveria antes dizer: todos à volta do queijo. Na casa de meus pais, havia o curioso ritual após o jantar, de degustar uma ou mais fatias de queijo. Na altura, a que agora é minha mulher, frequentava a minha casa e por vezes lá jantava. Por isso ainda se lembra deste ritual da fatia de queijo flamengo acompanhado de um cafezinho instantâneo com um cheirinho de bagaço puro de lavrador … Não sei qual a razão da escolha do queijo flamengo em detrimento do queijo da serra de que o meu padrasto tanto gostava mas desconfio (talvez por ser mais barato)… Pessoalmente, prefiro o queijo flamengo ao queijo da serra. Peço desculpa desta minha preferência posidónia… Nem quero pensar que a escolha do queijo flamengo era feita em atenção à minha preferência porque isso faz doer ainda mais a minha ingratidão daquela época.
Que saudade me invade perante estas recordações! E tudo isto porque hoje encontrei sobre o balcão da cozinha um quarto de queijo flamengo com que me deliciei depois do jantar. Só faltou o bagacinho... Mas a saudade não era de modo algum do queijo flamengo ou dos jantares em família. A saudade que me tomou de assalto era mais daquela segurança de saber que nos meus pais eu tinha ali uma guarda avançada que me protegia até da própria morte… Pela ordem natural da vida, seriam eles os primeiros a partir e isso fazia-me pensar ingenuamente que a minha hora viria ainda longe.
Depois da partida dos dois velhotes com um intervalo de alguns anos, senti-me desprotegido. Era eu que agora estava à frente para enfrentar a vida e a própria morte…
Os anos passaram, casei, fui pai, sou avô e cá estou eu estoicamente na linha da frente… De certo modo, sinto-me confortável por saber que nesta posição poderei defendê-los das ciladas da vida e até da própria morte… Pelo menos, deixem-me acreditar que assim é.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

AS PRAXES ACADÉMICAS

Muito se tem falado das praxes académicas acerca da “tragédia do Meco” daí não poder ficar indiferente sem fazer uma breve reflexão sobre o tema. Pelo que tem vindo a público, parece que estes jovens estariam relacionados com as ditas praxes académicas que, por mais de uma vez, têm estado na origem da morte de jovens a elas submetidos. Creio não ser o caso destes jovens… Estes estariam a “preparar” as tais práticas… Por definição e tradição, a praxe académica deveria ser um conjunto de práticas destinadas a contribuir para a integração e adaptação dos novos alunos. Infelizmente, nem sempre se verifica este espírito nas praxes a que são submetidos os caloiros. Em muitos estabelecimentos do ensino superior recorre-se a práticas humilhantes, impostas através de coação, atentatórias da dignidade e dos direitos humanos.
Estas pseudo praxes, impostas geralmente por indivíduos frustrados e completamente ignorantes do espírito da praxe (e não só…), recorrem à agressão física e psicológica que já tem levado por diversas vezes, à morte dos praxados. Trata-se de indivíduos que pretendem, através da imposição destas práticas ignóbeis, um protagonismo que a vida jamais lhe facultaria devido ao seu baixo coeficiente intelectual (veja-se o elevado número de matrículas destes indivíduos) aliado muitas vezes, ao nível socioeconómico… Estas características levam estes indivíduos a atitudes de hostilidade gratuita imbuída de uma certa boçalidade que se traduz por práticas violentas e humilhantes, assumindo perante os caloiros uma postura de autênticos ditadores…
Não se fique a pensar que sou anti praxe. Aceito perfeitamente aquele tipo de praxes divertidas desde que não atentatórias da dignidade do caloiro e que de facto, contribuam para promover a integração dos novos alunos.

domingo, 26 de janeiro de 2014

QUE NOME LHE VAMOS DAR

E não é que me deixei envolver nesta polémica da escolha do nome para a bebé que lá para o verão chegará…?
Como sempre e desde sempre me lembro da analogia que as pessoas fazem a certos nomes. Não gosto porque é nome de cadela, é o nome de uma vizinha de quem não gostava, faz-me lembrar isto e mais aquilo,…
Enfim, também acabo por alinhar um pouco neste preconceito…
Depois há a outra opção: dar o nome de um familiar de quem se gosta ou gostou particularmente. Aqui a controvérsia ainda é maior porque há familiares de parte a parte do casal e ambos puxam a brasa à sua sardinha… Estou ciente que esta polémica acontece em todas as famílias na hora de escolher o nome para o herdeiro(a).
Sem querer influenciar acabei por fazer uma lista de nomes que acho simpáticos, por isso digo que acabei por me envolver na difícil tarefa da escolha do nome para a bebé que se quer que seja saudável… e bonitinha!
O resto virá por acréscimo…

Que nome lhe vamos dar (Sara Tavares)

Alguns nomes que achei interessantes
Francisca
Olívia
Aida
Pilar
Concha
Vera
Barbara
Flora
Valentina
Sophia
Isadora
Lara
Rita
Isabela
Anamar
Iris
Luna
Mafalda
Luana
Rafaela
Maria Flor
Maria do Mar

sábado, 25 de janeiro de 2014

SERÁ QUE OS PAIS SABEM...?

Sempre que me desloco a um dos shoppings nos arredores da cidade do Porto com o fim de almoçar, deparo-me com “bandos” de alunos que também para lá se dirigem. Este afluxo de jovens estudantes verifica-se em qualquer dia da semana em que lá vá almoçar. Eles aparecem em grupos mais ou menos numerosos o que me leva a crer pertencerem à mesma turma de uma mesma escola. A mochila que transportam nas costas não deixa dúvidas quanto à proveniência e ocupação destes jovens de idades compreendidas entre os 13 e os 16 anos. Trata-se portanto de alunos dos sextos ao nono ano de escolaridade. Desconheço se existe alguma escola próxima mas a distância não é problema uma vez que o shopping disponibiliza transporte grátis de ida e volta…
Uma vez “invadida” a praça da alimentação por estes jovens, aí se “encharcam” com refrigerantes e hamburgers… É sabido que qualquer um destes produtos tem um custo seguramente superior ao da refeição disponibilizada pela cantina da escola com a vantagem de se tratar de uma alimentação racional. Muito me admira estas crianças disporem de dinheiro suficiente para comprar este tipo de refeições e terem permissão dos pais, encarregados de educação ou direcção da escola para sair do estabelecimento de ensino para se deslocarem até ao centro comercial… Sempre me questiono: Será que os pais sabem onde param os filhos?
Põe-se a pergunta de saber como impedir que estes jovens recorram aos shoppings (e outros locais) para fazer as suas refeições. Talvez não seja fácil a tarefa dos pais de hoje mas há sempre formas de controlar estas expedições aos centros comerciais...

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

MAIS VALE FICAR CALADO

Quando não se tem nada importante para dizer, mais vale ficar calado. É o que faço habitualmente, mas hoje resolvi quebrar a regra…
A aprendizagem de ficar calado requer muitos anos de treino além de muito treino. Em mim essa é uma qualidade inata. Não requer nem nunca requereu qualquer treino. Aceito, por isso mesmo, que muita gente não me considere uma boa companhia… Não alimento conversas quando o assunto não me diz nada, não sei contar anedotas, não entro em discussões clubísticas e consequentemente não comento resultado dos jogos… Aliás prefiro ficar calado a entrar em discussões sejam elas de que género forem, principalmente com aqueles que mais amo. As palavras arremessadas nessas ocasiões podem não ser sentidas na integra mas ferem de verdade… Também nesses momentos mais vale ficar calado por muito que custe o sacrifício da contenção. Há sempre ocasião demais tarde, com mais calma, aclarar a posição e repor a nossa verdade. E quantas vezes, quando se ama de verdade, nem isso fazemos…?
Mais vale ficar calado correndo o risco de parecer lerdo do que abrir a boca para dizer bacoradas.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

AGORA SEI

Que o dia acaba na noite e que a noite não é eterna…
Que a paixão não dura sempre
mas às vezes se transforma em constante metamorfose
Que a amizade é eterna quando é real
e sempre se renova em cada desavença…
Que a saudade mata devagar, devagarinho…
como ácido que corrói dia após dia…
Que a distância nem sempre é longe
quando se está sempre presente…
Que voar é possível
mesmo não tendo asas…
Agora sei o que certo, o que é errado
embora muitas vezes faça a escolha errada…
Agora sei
Tudo isto e muito mais…
Mas foi preciso sorrir, chorar, amar…
Sentir e sofrer…
Foi preciso viver!
E não me perguntem porquê
Por que agora sei
Mas não vou dizer…

Jorge Leal

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

SOGRA, SERÁ SEMPRE SOGRA...

Embora não seja do conhecimento geral a diferença entre parentesco e afinidade, no nosso Código Civil, a distinção é bem clara e impõe-se em termos legais.
A mim não me preocupa tal distinção pois que considero parentes e afins, sem distinção, como meus familiares não porque desconheça a diferença entre uns e outros mas por uma questão de temperamento e sentimento. Com efeito, o nosso Código Civil, define parentesco como sendo uma relação de sangue: avós e pais (ascendentes); filhos e netos (descendentes); irmãos, tios… Enquanto a afinidade é o vínculo que liga um dos cônjuges aos parentes (que não aos afins) do outro cônjuge através do casamento (sogros, cunhados, tios e primos do conjugue).
É precisamente em relação à afinidade que surgem as maiores dúvidas e confusões. Não raro se ouve dizer, erroneamente, “a minha ex-sogra, o meu ex-cunhado,…” Digo erroneamente porque sogra é e será sempre sogra enquanto viver quer o casamento perdure ou se dissolva. O mesmo acontece com os cunhados. Com efeito, de acordo com o Código Civil (art.º 1585) o grau de parentesco por afinidade não cessa com a dissolução do casamento.
Por isso, se pensava que ao divorciar-se se via livre da sogra, desengane-se: sogra será sempre sogra até morrer… quer se mantenha ou não o casamento!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O NOME DOS MESES #1

JANEIRO
Bem sei que na minha última publicação, perdido entre calendários, acabei por não explicar a origem do nome dos meses e que era afinal, o objectivo da minha pesquisa. Pois bem, começo agora pela explicação do nome do mês corrente. Para não se tornar maçador e repetitivo irei, mês a mês, até ao final de 2014, explicando o significado de cada um dos meses do ano.
Começando então por Janeiro, este nome deriva do latm “jeruarius” ou “januarius”, mês consagrado pelos romanos ao deus Jano. Este deus era representado com dois rostos opostos de modo a olhar o passado e o futuro simultaneamente. Como referi na publicação anterior, este mês não fazia parte inicialmente do calendário romano tendo sido introduzido no ano de 713 a.C. 
Ver:CALENDÁRIO, O NOSSO E O DELES

domingo, 19 de janeiro de 2014

CALENDÁRIO, O NOSSO E O DELES

Hoje deu-me para pensar na origem do estranho nome dos meses. Bastou-me uma breve consulta na Internet para ficar completamente elucidado quer da origem do calendário, quer do nome dos meses. Tudo tem uma explicação e por vezes, o que à partida parece complicado, tem uma explicação muito simples como neste caso. O nome dos meses provém do nome que lhe foi atribuído em latim pelos romanos. Na sua origem, o calendário tinha início no equinócio da Primavera e era constituído apenas por dez meses tendo-lhe sido introduzidos mais tarde outros dois de modo a ficar com doze meses tal como hoje o conhecemos. Com a duração de apenas dez meses, sobravam no antigo calendário 61 dias de inverno aos quais os romanos davam pouca importância. Mais tarde, este calendário que tinha início no mês de março, sofreu a primeira reforma por volta de 713 a.C. no reinado de Numa Pompílio que adicionou os meses de Januarius e Februarius ficando assim com um total de 355 dias.
Deve-se a Júlio César a introdução do mês de Julho, devido à sua pretensão de ter um mês com o seu nome. Mais tarde o imperador Augusto, não lhe quis ficar atrás e introduziu também um mês com o seu nome, Agosto. Assim, Setembro (sétimo mês) passou a ser o nono, Outubro (oitavo) passou a ser o décimo, Novembro (nono) passou a ser o décimo primeiro e Dezembro (décimo) passou a décimo segundo não sofrendo qualquer alteração o nome dos meses.

sábado, 18 de janeiro de 2014

CLIENTELISMO POLÍTICO

Não deixa de ser curiosa a coincidência entre o tema da reportagem do “Sexta às 9” – Clientelismo – e a minha publicação: Penso, logo escrevo... 
Num país em que todas essas nomeações de familiares dos respectivos presidentes das câmaras de Tomar, Vizela, Póvoa do Lanhoso… são perfeitamente legais, tudo é possível…
E então que dizer sobre a nomeação de certos assessores dos ministros deste (des)governo…?
Para quem não viu a reportagem do “Sexta às 9”, deixo aqui o link: Sexta às 9

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

AS 30 000

Não vou dizer que não me envaidece cada vez que o número de visualizações das páginas deste blog atinge números redondos como é o caso agora dos 30 000. É para mim um motivo de orgulho, em tão pouco tempo alcançar este número de visualizações.
Também não vou dizer (não alinho nessa de falsa modéstia) que não me daria prazer ter mais “seguidores”… Compreendo que, não sendo uma figura pública, como é o caso de alguns jornalistas, não sou conhecido ao ponto de ser seguido e lido por grande número de leitores… Outro motivo que encontro é o facto de não me dedicar a temas de interesse mais generalista… O que escrevo são apenas pedaços de alma que partilho com aqueles que comungam da mesma experiência de vida… Em certa medida, escrevo o que sinto e apenas aquilo que penso.
Apesar de tudo, admito que me faz feliz e me envaidece que tantos (em diversos pontos do globo) despendam um pouco do seu tempo na leitura das minhas publicações.
Agradeço a todos que, em qualquer parte do mundo, acessaram às páginas deste blog e se revestiram de paciência para ler o que escrevo. São o incentivo que me leva a continuar a “alimentar” este blog.
Obrigado a todos.

PENSO, LOGO ESCREVO...

Nem sempre penso… ou antes, sempre penso mas nem sempre tenho a coragem de escrever o que penso… Por isso mesmo, há dias em que mantenho este blog em silêncio. Não por falta de interesse, tema ou consideração pelos meus leitores. Apenas falta de coragem… Plagiando Fernando Pessoa “Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e faze-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.” É claro que não tenho a veleidade de acrescentar nova luminosidade às estrelas se bem que, por vezes, aponto caminhos que poderão ajudar a ver a “luz” nas estrelas… mas posso ficar convencido de que através de algumas publicações promovo uma outra forma de ver a vida permitindo vislumbrar a imensa beleza do mundo e, porque não, maior amor no coração dos homens…
Mas há dias assim em que não há inspiração para tanto e, nesses dias, deito mão a pensamentos que não são meus mas que estão em plena sintonia com aquilo que penso. É o caso deste que transcrevo a seguir:

“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”

(descrição feita pela filósofa russa Ayn Rand)

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

AGORA JÁ NÃO ME IMPORTO...

Nas minhas deambulações pelo supermercado com a finalidade de encontrar todos os produtos previamente registados no rol, sou confrontado com pessoas, pessoas que por vezes encontram outras pessoas que conhecem e com elas entabulam conversas que geralmente dão lugar a breves pausas na azáfama das compras. Nada tenho contra estes breves convívios que até considero extremamente agradáveis pela troca de impressões e confidências que daí resultam. Só é de lamentar que essas pausas se efectivem no meio dos corredores impedindo a livre circulação dos outros clientes… Mas isso depende em muito do grau de civismo de cada um. Parece que também neste aspecto estamos em plena crise…
Estava eu no corredor dos detergentes, (sim porque agora também me encarrego de fazer algumas compras de artigos para a casa) quando duas clientes se encontram mesmo atrás de mim. Depois dos beijinhos e cumprimentos do costume, uma delas dispara a pergunta: “Então como vai isso com o Manel?”. Parece que algures, em algum dia, já haviam trocado confidências acerca do tal “Manel”… Resposta da outra: “Olha, cansei de ter ciúmes. Eu sei que ele continua a ver a gaja mas agora já não me importo”. Apressei-me a sair daquele corredor não fossem elas pensar que estava ali só com o intuito de ouvir a conversa.
O que me pareceu à primeira vista (melhor, à primeira audição…) uma atitude racional e inteligente, à medida me ia afastando ao longo dos corredores, assaltou-me a desagradável sensação algo semelhante à tristeza… Aquele “agora já não me importo” na minha boca, teria o significado de um fim anunciado e não de uma continuidade seja de que tipo de relação se tratasse. Mau sinal quando já não me importo. Significa, no mínimo, que algo ou alguém deixou de ter qualquer importância, que passou a não ter significado na minha vida… deixou de existir…
Sempre me entristece quando alguém se acomoda numa relação que já deu provas de se ter esgotado no tempo e nas emoções… Não faço ideia que tipo de traição terá cometido o “Manel”. Para algumas pessoas, o facto do outro manter um relacionamento de pura amizade com um(a) ex-namorado(a) pode fazer com que se sinta traído…
Podem dizer-me que não é bom ter ciúmes, que isso revela falta de confiança na pessoa amada, insegurança da parte de quem os sente… Posso até concordar com todos esses argumentos mas, na minha opinião, se não se sentir nem que seja uma pontinha de ciúmes, é porque o ser amado não é assim tão amado como se pensa… 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

POLÍTICOS...

“Observe só os políticos deste mundo: quando um partido está no poder, o partido da oposição está constantemente a levantar problemas. É a oposição que infringe a lei, que é revolucionária e o partido que está no poder está sempre a impor a disciplina. Uma vez fora do poder, é a sua vez de criar os problemas. E assim que o partido da oposição chega ao poder, torna-se o guardião da disciplina.”
Osho


Ninguém na Assembleia da República, da direita à extrema esquerda, contestou.  
Mais uma vez, a Assembleia da República dá o mau exemplo de despesismo público…
Relativamente a 2013, o Orçamento para o funcionamento da Assembleia da República para este ano, prevê um aumento global de 4,99% nos vencimentos dos deputados, passando estes de 9.803.084 € para 10.293.000,00 €.
Mais escandalosa ainda é a verba relativa aos subsídios de férias de natal que, relativamente a 2013, sofre um aumento de 91,8%, passando de 1.017.270,00 € para 1.951.376,00 € (são 934.106,00 € a mais em relação ao ano anterior!).
Também as despesas totais com remunerações certas e permanentes com a totalidade do pessoal, ou seja, os deputados, assistentes, secretárias e demais assessores, ao serviço da Assembleia da República aumentam 5,4%, somando o total € 44.484.054.
Os partidos políticos também vão receber em 2014 a título de subvenção política e para campanhas eleitorais o montante de € 18.261.459.
Os grupos parlamentares ainda recebem uma subvenção própria de 880.081,00 €, sendo a subvenção para despesas de telefone e telemóveis a quantia de 200.945,00 €.
Em caso de dúvida é só consultar o D.R., 1.ª Série, n.º 226, de 21/11/2013, relativo ao orçamento de 2014, e o D.R., 1.ª Série, n.º 222, de 16/11/2012, relativamente ao orçamento de 2013.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

SABER PERDER... SABER GANHAR

Por muito que alguém se queira convencer e convencer os outros de que o que importa é competir, a verdade é que todos queremos é ganhar. Mas o mais certo é que, por muito que se somem vitórias, mais cedo ou mais tarde teremos que enfrentar derrotas. É assim a própria vida, feita de vitórias e derrotas… Daí a importância de saber perder e tirar ilações das derrotas de forma a evitar erros futuros. Se o saber perder revela maturidade e um elevado grau de civismo, o mesmo é necessário também para saber ganhar… É possível ganhar sem ser preciso achincalhar o adversário. Infelizmente não foi isso que vi em certos comentários nas redes sociais, depois do jogo Benfica x Porto. Foi com enorme tristeza que li e vi alguns comentários deveras ofensivos para os adeptos do FC Porto... Reconheço que o mesmo tem acontecido por parte dos adeptos do FC Porto aquando das suas vitórias… Desta vez perdemos e temos que saber perder. Mas também é importante que quem ganhou, saiba ganhar…
Afinal é fácil saber perder, difícil é saber ganhar…

domingo, 12 de janeiro de 2014

O "CLÁSSICO"

Nunca gostei muito de futebol. Devo dizer que os meus conhecimentos sobre este desporto são muito limitados. Na verdade, sou pouco dado a desportos… A minha actividade física resume-se às caminhadas no ginásio, à musculação e pouco mais. Na ninha opinião, o futebol só traz benefícios (física e monetariamente) a quem vive deste desporto. Não me refiro apenas aos jogadores profissionais que ganham balúrdios mas também a dirigentes, treinadores…
Ultimamente dou por mim não a gostar mais de futebol mas a seguir com algum interesse os diversos campeonatos e, como simpatizante do FCP, a torcer pelas vitórias deste clube e a sentir negativamente as suas derrotas. Até hoje tenho conseguido manter o discernimento de recusar o fanatismo quer a nível sentimental, quer nas “discussões” com adeptos de outros clubes. Revolta-me a atitude fanática de alguns adeptos (seja de que clube for) que chegam ao ponto de morrer e até matar pelo seu clube que bem vistas as coisas, nada lhe dá em troca. Mais me revolta ainda e entristece a pobreza a nível intelectual das claques organizadas que cometem actos vandalismo tais como a agressão a outros adeptos e polícias, roubo e toda a sorte de distúrbios…
Por tudo o que ficou dito (escrito) compreende-se que, apesar de não gostar de futebol, manifeste a minha tristeza perante o resultado final do jogo. Não comento o jogo pela simples razão de não ter visto nem ouvido o relato. Não faço por isso a mínima ideia se foi bem ou mal jogado nem da justiça da arbitragem. Estarei atento aos comentários nos jornais das TV’s mais logo.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O FIM-DE-SEMANA PROMETE

Não é que tenha em vista um programa especial recheado de grandes eventos, encontros de amigos e de familiares ou seja lá o que for… O fim-de-semana promete apenas e somente… sol. Isso é quanto basta para me levantar o astral e ajudar a encarar a vida com mais optimismo… atirar para trás das costas dúvidas e preocupações…
Ele aí está, tão próximo: o fim-de-semana. Não invejo quem está a fazer projectos de viagens ou actividades interessantes para os próximos dias. Não invejo, porque não sou invejoso mas confesso que ia adorar partilhar um desses programas… Se forem viajar, por favor, levem-me na bagagem…

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O ESTRANHO FENÓMENO DA INVISIBILIDADE

Descobri recentemente que sofro de um estranho síndrome. Tenho momentos em que me transformo num ser perfeitamente invisível. A ocorrência deste fenómeno começou por ser ocasional e apenas dentro de casa, no seio da família. Mais recentemente, tenho sido acometido deste estranho fenómeno mesmo em plena rua e outros locais públicos que frequento… O fenómeno caracteriza-se, além da invisibilidade, por ausências mais ou menos prolongadas. Durante esse período, as pessoas discutem os mais variados temas, decidem e combinam coisas ignorando-me por completo. Desconfio que nesses momentos devo ficar ausente porque mais tarde, confrontando-os com a minha surpresa e ignorância dos factos, invariavelmente as pessoas afirmam que me foram comunicados… É preocupante constatar que não me recordo absolutamente nada de me ter sido comunicada esta ou aquela decisão tomada durante a minha invisibilidade.
Há muito que andava desconfiado desta minha enfermidade, quiçá faculdade, veja-se a minha publicação neste blog em que descrevo alguns factos que corroboram esta minha conclusão…

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

ESTOU DE RESSACA

Contrariamente ao que se possa pensar a partir da leitura do título, não se trata dos efeitos da celebração da passagem de ano. A minha foi calminha, por casa, em companhia da família. Esta ressaca (não encontrei outro termo para definir este estado) provém da leitura de um livro admirável que recomendo a toda a gente para ler – “Pássaros Feridos”. Trata-se de um épico magistralmente escrito por Colleen Mccullough. Confesso que nunca tinha lido nada desta escritora que me surpreendeu pela positiva.
"Existe uma lenda acerca de um pássaro que só canta uma vez na vida, com mais suavidade do que qualquer outra criatura sobre a Terra. A partir do momento em que deixa o ninho, começa a procurar um espinheiro, e só descansa quando o encontra. Depois, cantando entre os galhos selvagens, empala-se no acúleo mais agudo e mais comprido. E, morrendo, sublima a própria agonia e solta um canto mais belo que o da cotovia e o do rouxinol. Um canto superlativo, cujo preço é a existência. Mas o mundo inteiro pára para ouvi-lo, e Deus sorri no céu. Pois o melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento”.
É com este o texto que se inicia a leitura do livro "Pássaros Feridos".
Durante meses acompanhei os personagens deste livro, assisti ao crescimento de Meggie desde os 4 anos de idade e acompanhei o seu percurso de vida vivendo as suas alegrias e tristezas bem como de todos os outros personagens. Segui com atenção o percurso de vida de Justine e à queda de todas as suas defesas…
Trata-se de uma história apaixonante que descreve com minúcia as paisagens, sentimentos e emoções dos personagens caracterizados tanto física como psicologicamente. Com efeito, a autora disseca minuciosamente cada um dos personagens com especial relevo para os personagens femininos.
Após alguns meses de leitura cheguei à última página deste livro extraordinário. Fiquei naquele estado que designarei de ressaca em que se torna necessário um certo e determinado tempo para desencarnar os personagens que me acompanhei ao longo das cerca de 500 páginas do livro…
Compreendo agora o que acontece com alguns actores de cinema e de teatro quando interpretam um determinado personagem por um longo período de tempo. É-lhes necessária uma pausa no trabalho para conseguires desencarnar o personagem que interpretaram e readquirirem a sua própria personalidade.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

SAUDAÇÕES

Não sei o que é pior em termos de cumprimento se o “Tudo bem?” ou o “Estás bom?”. Se, por um lado, o “tudo bem” leva à hipocrisia de uma resposta positiva mesmo que tudo esteja a desmoronar-se, o “estás bom” também não será a melhor opção. Isto de estar bom depende muito do significado que se dê à palavra. Se quem saúda pretende saber se estou bom no sentido de generoso, caridoso, bonzinho… teria que responder pela negativa, isto é, não estou bom pela simples razão de que não sou… Se, pelo contrário, está a indagar pelo meu estado de saúde, poderei estar ou não conforme os dias… Contudo, esta saudação pode tornar-se perigosa do ponto de vista do retorno. Para muita gente, e à boa maneira portuguesa, este é o pretexto ideal para responder o fatal “mais ou menos” seguido de um chorrilho de lamúrias e um rol infinito de mazelas…Ao cumprimentar com esta frase corre-se o risco de ficar retido por algum (muito) tempo a menos que se tenha (o pretexto) de apanhar um transporte público ou o carro mal estacionado…

sábado, 4 de janeiro de 2014

ANIVERSÁRIOS

Porque hoje é o aniversário do Miguel, dou por mim a ver a comemoração deste dia numa perspectiva diferente daquela que tinha até agora. Durante muitos anos habituei-me a relacionar o meu aniversário com o processo natural do envelhecimento. Talvez por isso, pretendia que fosse um dia a ser vivido como outro dia qualquer. Sentia-me sempre constrangido perante qualquer tipo de comemoração.
Encarando o dia do aniversário como o concluir de mais um ano de vida e consequente envelhecimento de mais um ano a somar à nossa idade, por este prisma, não há qualquer motivo para festejar o aniversário... Com esta visão, esquecemos que envelhecemos dia a dia pois que o processo de envelhecimento não é um fenómeno que ocorre abruptamente da noite para o dia do aniversário. Reconheço agora que é possível encarar de um outro modo o dia do aniversário. Quando se completam, como o Miguel, 5 anos de vida, não se põe o problema do envelhecimento. O dia do aniversário representa apenas o início de um novo ciclo de vida, de um novo renascimento…
E por que não adoptar este conceito em qualquer idade?
Sendo assim, comemorar o dia do aniversário é corroborar a capacidade do ser humano em conseguir (re)começar seja o que for na sua vida …
Será por este motivo que, em certas filosofias religiosas se acredita que, no dia do aniversário, a nossa sorte atinge o seu pico máximo?
É pois o momento oportuno para assumir novas decisões e tomar novos rumos.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

NO BICO DA CEGONHA

Ainda o bebé vem no bico da cegonha e já mil questões se colocam aos progenitores. Mal se espalha a notícia e logo chovem as perguntas:
Quando vai chegar?
É menino ou menina?
Como se vai chamar?…
Guardo para mim a curiosidade. Nem mesmo perguntei se foi ou não planeado… Pelo que me consta, deverá chegar lá para junho e nada mais sei. Confesso a minha curiosidade quanto ao sexo, como se irá chamar,…
Contudo, nada disso tem importância, o que garantidamente importa é que seja perfeito. Mas, a repetir-se a visita da cegonha, ao menos que seja menina que para rapazola já chega o Miguel!
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