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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

MORTE APARENTE

Há momentos que guardamos na memória pelas melhores ou piores razões. O dia 31 do mês de Janeiro de 2001 foi um deles por uma razão determinante na minha vida. Nesse dia, depois de várias peripécias ocorridas durante os exames preliminares realizados no mês anterior, fui submetido a uma cirurgia cardiotorácica no HUC pela equipa do Prof. Manuel Antunes. A urgência desta cirurgia impunha-se devido ao estado crítico da minha saúde.
Não vou descrever aqui com pormenor a intervenção cirúrgica, registo apenas que a necessidade de reparar as válvulas aorta e tricúspide, o que implicou abrir o coração. Esta cirurgia faz-se recorrendo à circulação extracorpórea e arrefecimento do paciente a 28ºC. Pode dizer-se que, com o coração parado a esta temperatura, o paciente se encontra numa situação de morte aparente… Não, não posso corroborar aquela “visão” da luz intensa ao fundo de um túnel porque não tive essa visão… Contudo, tratou-se garantidamente de uma experiência marcante na minha vida. Depois de ter caminhado pelo sombrio vale da morte e de ter saído para a luz do dia, o passado fica definitivamente para trás e a partir daí começa uma vida nova… Esse renascer fez de mim uma pessoa melhor sob todos os aspectos com uma necessidade urgente de apreciar as pequenas coisas e cada novo dia de vida….
Obviamente não desejo que ninguém passe por uma experiência desta natureza mas que é uma boa forma, embora radical, de nos deixarmos de preocupar com coisas comezinhas e apreciar a maravilha que é viver… não resta a menor dúvida.

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