O
perigo ou a vantagem (depende do ponto de vista) está precisamente aí, na
hipótese de não voltar… Pelo contrário, como prezo acima de tudo a minha
independência, nada faço para reter coisas ou pessoas que, por algum motivo, entraram
na minha vida. Como dizia John Lennon, “Amo
a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque
as conquistei. Se não voltarem, é porque nunca as possuí.”
Aprendi de muito novo a
estar sempre preparado para partir. A aprendizagem começou no momento da
separação dos meus pais o que implicou deixar (sem grande saudade, diga-se) a
casa onde literalmente nasci. Para trás ficaram os amigos de infância, a
escola, o largo onde brincava… Mais tarde percorri o país de norte a sul na
minha profissão de professor. No final de cada ano lá regressava a casa para de
novo partir para outra escola, outra localidade. Habituei-me a não me prender às
coisas nem às terras, sempre de MALAS FEITAS, pronto a partir...
O
tempo passou mas todas estas vivências ajudaram a construir a pessoa que hoje sou…
sempre de partida… Por isso não coleciono nada, não guardo papeis nem mágoas…
Só em segredo, muito em segredo, guardo saudades que nunca conto a ninguém…
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