A mãe era uma
senhora muito dada a citar adágios daí que, inconscientemente estou sempre a
recordá-los a propósito de tudo e de nada. Tenho consciência do quanto pode ser
irritante conviver com um citador de adágios, por isso, embora me assaltem o
pensamento nem sempre os verbalizo. Este meu gosto por adágios parece ser uma
característica comum à maioria do povo português. Há dias ouvi alguém, em conversava
com a senhora da limpeza do prédio, citar um adágio muito do gosto de minha mãe:
“O que os olhos não veem o coração não sente”. Por simpatia, sorri em
aquiescência mas não podia estar mais em desacordo. Quando há uma forte ligação
entre dois seres, como a que existe entre mãe e filho(a), não raras vezes a mãe
pressente quando algo de grave acontece a um filho. Esta sensação não é exclusiva
da relação entre mãe e filho. Falei nela apenas por ser uma ligação de sangue
daí ser mais forte mas também se verifica entre irmãos e mesmo entre outras pessoas quer
sejam familiares ou não. Basta que exista entre elas uma forte ligação
emocional…
Só quem já sentiu
aquela angústia repentina, aquele aperto no coração que surge de repente sem qualquer
razão aparente, compreende essa estranha sensação que prenuncia algo de grave
ou muito errado.
Os olhos podem não
ver mas o coração sente (ou pressente) … não reste a mínima dúvida, …
E já agora, porque é
o teu dia, um beijinho mãe!
Sem comentários:
Enviar um comentário