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terça-feira, 20 de maio de 2014

O COISO

Os portugueses são peritos no uso do coiso. Metem o coiso em tudo e em todo o lado… Ele está presente na nossa expressão oral quer na forma masculina (o coiso) ou na forma feminina (a coisa). Diariamente ouvimos ou proferimos frases como estas. Chega-me essa coisa… Ó coisinho, venha cá… Vou já coisar isso…
Se uma mãe pergunta ao filhote o que ele está a fazer, não raro recebe a resposta: Estou a coisar. E isto de coisar tem muito que se lhe diga… pode estar a brincar, a partir a mobília ou simplesmente a defecar…. Mas claro que poderá ter outras interpretações dependendo da saúde mental de quem escuta…
Mas voltando ao coiso e aqui a mente de quem me lê pode interpretar a palavra como bem entender… Mas o coiso pode ser usado num outro contexto diferente daquele em que provavelmente estaria a pensar, como por exemplo, quando não sabemos ou não nos lembramos do nome de um qualquer objecto. Neste caso, somos tentados a dizer: chega-me aí o coiso… Ou ainda, mete aí o coiso. E a “coisa” torna-se ainda mais complicada se o objecto em causa é propriedade da outra pessoa… Quem nos ouvir dizer: dá-me cá o teu coiso. Nem quero saber o que poderá pensar…
Já imaginaram a cara da velhinha que deixou cair o andarilho se lhe perguntarmos: Quer que lhe chegue o coiso…? Ou então, em pleno transporte público, reparando que a senhora que vai a pé ao nosso lado mal se equilibra, dizer com a máxima simpatia: agarre-se aqui ao meu coiso (leia-se pega suspensa no tecto)…
A propósito do coiso e de coisar, ainda hoje pela manhã ouvi uma jovem propor ao jovem que a acompanhava: Olha, vamos coisar?
E dei por mim a pensar: olha a sorte deles, tão cedo e já vão coisar e nem sequer é dia de Ano Novo…!

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