Etiquetas

sábado, 29 de abril de 2017

RECORDAR E SEGUIR EM FRENTE

Há dias em que as coincidências se sucedem sem que tenhamos mão no seu correr. É o chamado dèjá vu…
Ouço com frequência “rádio” no carro onde sou conduzido, mas não deixa de ser curioso ouvir o locutor anunciar, no seu tom de voz inconfundível, que vai “tocar” não sei quantas músicas seguidas e, entre elas, reconhecer uma voz que se ouviu recentemente no nosso velho gira-discos.
Um sorriso que ninguém viu inundou-me o rosto. É que na minha idade mais do que uma já é demais…. Noutro tempo brincaria com a situação hoje calei, ou antes, brinquei comigo próprio.
Entre os nomes sonantes anunciados, lá esta ela, inconfundível. Enfim, coincidências todos os dias se sucedem sem darmos por isso.
E lá continuava a artista e cantora no seu tom de voz triste e monocórdio cantando a velha canção que tantos recuerdos trazia. Eu, que nada sabia sobre o assunto, concordava intimamente com o que estava a ser dito pela voz da cantora que me transportava até não sei onde… Num dado momento, vejo-me em frente de um copo meio cheio e no momento seguinte, já não era eu…
Há dias em que a vida nos permite viajar até ao passado, outros deixa-nos regressar…!
Há dias assim.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

INSÓNIA OU NOITE MAL DORMIDA?

Falar de insónia, tornou-se tão vulgar nos dias de hoje como falar do almoço ou do jantar do próprio dia. Muita gente saberá a diferença entre insónia e uma noite mal dormida. A insónia é a ausência total de sono que pode ter origem em problemas de depressão enquanto que uma noite mal dormida pode ser intercalada por períodos de sono o que não garante um descanso adequado ao organismo. Enfim, uma noite mal dormida não é o fim-do-mundo se ocorrer de vez em quando, mas começa a ser um problema quando se repete ao longo do ano. Não vou então dedicar o meu tempo a descrever os vários tipos de insónia.
Adormecer só de manhã depois de muitas voltas na cama durante a noite, acaba por deixar marcas profundas e piorar a qualidade de vida.
É sabido que para dormir bem o estômago não deve estar muito cheio nem muito vazio.
Embora não pareça, a insulina está relacionada com a produção de serotonina a principal hormona do sono. Está provado que a elevada presença de glicose no sangue, implica um aumento de insulina no organismo.
Em vez de recorrer de imediato aos produtos de laboratório, por que não recordar alguns dos velhinhos remédios naturais que podem dar qualidade ao sono? Não garanto que resulte, deixo aqui algumas dicas baseado na minha experiência pessoal:
Antes de dormir (cerca de uma hora) ingerira uma pequena porção de pão brancor ou bolachas por serem ricos em hidratos de carbono que ajuda a adormecer.
A acompanhar (ou não), beber um chá de valeriana que, ao actuar sobre o sistema nervoso central, faz dele um poderoso sedativo.
Para quem não gosta de valeriana o chá de flor de laranjeira é óptimo pelo seu efeito sedativo e funções terapêuticas consideráveis.
Já que me referi à flor de laranjeira, convém falar na flor de limoeiro que, além de sedativo, possui substâncias anti fadiga, ansiedade e sintomas de gripe.
O mel, por ser muito rico em hidratos de carbono é também um excelente sedativo.
E claro que teríamos que falar no conhecidíssimo chá de camomila que tem demonstrado a sua poderosa acção sedativa.
O que eu não sabia e agora já sei, é que comer pipocas ajuda a adormecer. Além do seu alto teor em hidratos de carbono, possui triptofano que se converte em serotonina.
Se nenhum destes truques resultar, então só me resta desejar “boa noite”.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

A LOCALIZAÇÃO DA SALA E A SUA IMPOTÂNCIA

Não sei onde nem quando teve origem essa ideia peregrina de situar as salas nas traseiras dos edifícios. Aliás, admitindo que as salas se devem localizar nas traseiras, implica colocar os quartos na fachada principal, zona muito mais barulhenta e com maior movimento. Isto é o que se verifica em quase todos os edifícios. Desconheço mesmo se existe alguma legislação neste sentido, o que não faz de mim um defensor desta localização.
Num edifício com orientação nascente-poente, logo havia de calhar a sala situar-se a nascente! Dá para compreender que tomo por exemplo a minha própria sala. Esta localização faz com que, muitas vezes, se instale nos quartos o que pertencia à sala. Na minha (modesta) opinião, devia ser muito bem pensada a localização dos edifícios antes de projectar a respectiva sala.
Estou convicto dos problemas que existem relativamente a arquitectura bem como à situação da cozinha, escadaria de acesso aos diferentes andares etc. Contudo, todos estes problemas são contornáveis, logo não impeditivos de alterar tal situação.
Não esquecer que existe uma nova forma de viver a sala. Ela é, na actualidade, um local onde recebemos os nossos amigos, um local de trabalho, onde vemos TV ou… simplesmente relaxámos.
Já não se trata de um sacrilégio afirmar que a sala é afinal o coração da casa tendo mesmo destronado a ancestral cozinha desse papel.
Torna-se claro que me refiro à minha sala, mas quantos se reveem nesta localização?

domingo, 23 de abril de 2017

O (ESTRANHO) PODER DA MÚSICA

Já confessei por aqui o estranho poder que a música tem sobre mim. Numa fracção do segundo, arrebata-me e consegue levar-me junto de pessoas ou locais insuspeitados.
Usando os mesmos termos dos técnicos de saúde, direi que possuo uma memoria evocativa muito refinada. Pode ser que sim. O que é certo, é que consigo lembrar de pessoas, momentos e locais através da música.
Como sou bastante eclético (e não só…) no que diz respeito a música, basta ouvir uma para que seja transportado de imediato a quilómetros de distância ou a momentos de um passado mais ou menos longínquo.
Talvez por este facto, adoro ouvir música (bem alto) e, ao mesmo tempo, desempoeirar alguns CD´s que se encontram sobre a respectiva prateleira.
Fugindo às canções mais conhecidas por mais comerciais, extraí esta interpretação magnifica de um clássico, velhinho, que remonta a 1991 e aqui vos deixo. Ouvir a música
É assim a música…. Assim sou eu.

sábado, 22 de abril de 2017

ACREDITAR... OU NÃO

Não creio em Deus tal como não acredito na injustiça e na guerra. No entanto a injustiça e a guerra grassam por todo o lado como epidemia não controlável. Basta olhar para os migrantes para ver a morte e a injustiça. Um olhar mais atento sobre o mundo, mostra-nos as consequências devastadoras do confronto entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. A este confronto, junta-se a atitude dos EUA ao lançarem a bomba (a mãe de todas as bombas) sobre o leste do Afeganistão por ordem de Trump. Aliás Trump parece estar na origem de todo e qualquer conflito armado.
A guerra na Síria é outro exemplo em que Assad, aliado de Trump, se desmarca desta posição após o lançamento da bendita bomba.
Não crer em deus, não significa que Ele não exista. Só que não acredito em Deus tal como o “pintam” …. Acredito numa “força” divina que rege os nossos destinos. E o “livre arbítrio” onde fica nesta baralhada toda?
Não posso deixar de rir (só para mim) quando me falam em Deus, Maomé, Vedas, Buda, e outros quejandos. Deus não existe tal como não existem todos os outros.
O que existe é um único preceito transversal a toda e qualquer religião: o amor ao próximo. E esse próximo, pode ser qualquer um de nós.
Sejamos tolerantes ao ponto de permitir que cada um se relacione com o seu deus de acordo com a fé e cultura inerente.
Não perdendo de vista que todos adoramos o mesmo deus, que importa que o nome mude quando tudo o mais se mantém?
Amámos todos o mesmo deus, a tal força sobrenatural que nos rege… não esquecendo nunca o livre arbítrio.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

AFINAL AS FLORES TAMBÉM PENSAM

Devia ser primavera, mas francamente não sei. Digo “talvez” pelo cheiro a primavera, pelos calções e sobretudo pelas flores que começavam a romper por entre as pedras do Largo. Apenas recordo que construía belos jardins que interrompia para almoçar e me penalizava ver que alguém pisara durante esse curto espaço de tempo.
Talvez fosse primavera, embora os “dentes-de-Leão” como eram chamados floresçam todo o ano, mas principalmente na primavera, quando as temperaturas são mais agradáveis.
Definitivamente era primavera por que no verão, o “teu pai é careca” esvoaçava por todos os compartimentos da casa. Na verdade, trata-se de sementes da planta que esvoaçam levadas pelo vento. Há quem acredite que deve formular-se um pedido relacionado com o amor quando se sopra para uma dessas sementes. Se o vento teimar em trazer de novo a semente, o desejo será realizado muito em breve. Na altura, eu nada sabia sobre tradições, por isso não formulava pedido algum. Apenas construía jardins. Na Idade Média, associava-se esta flor a Cristo e à Virgem Maria daí ter ganho o significado de liberdade, otimismo, esperança e luz espiritual, no que acredito.
Desde o momento em que escrevi algo sobre os “dentes-de-Leão”, não param de florir em volta da minha varanda o que nada tem de extraordinário visto que estarmos na primavera. O extraordinário é que florescem mesmo em frente da varanda e todo o terreno em volta se encontra livre destas flores. São dentes de leão e amarelos (como deve ser) aos montes!
Por coincidência, dirão os mais cépticos, mas eu quero crer que as flores pensam.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

REGRESSO AO PASSADO

Tudo parece maior quando somos pequenos. A porta da rua, a velha escadaria em madeira carunchosa, os patamares, até o Largo agora parece ter encolhido ao longo dos anos.
As flores (amarelas por sinal) são as mesmas, crescem por entre as pedras que atapetam o Largo. Na mesma rua por onde se descortina o Rio, sobem ronronando as camionetas que representam terras situadas na outra margem. Tudo permanece igual embora, nem todos saibam, é preciso fechar os olhos.
Por breves momentos, reporto-me à minha longínqua infância e procuro um passado que está de todo morto. Ninguém percebeu, era essa a ideia, a procura incessante da casa onde passei a maior parte da infância.
Permanecia ali parado junto ao funicular que me transportou desde lá em baixo, amparado por aquelas pedras que não falavam com linguagem de gente, mas que tinham tanto para contar…
Mesmo ao lado, lá estavam as escadas cujos degraus graníticos tão bem conhecia! Nada, nessa altura, prendia a minha atenção, nem a fachada das casas, a igreja ali implantada, nada. Apenas a fuga inconsequente do agente da polícia.
Tantas vezes percorri aquelas escadas sem olhar para trás, saltando alguns degraus, com o fôlego que me restava!
De repente, como num espelho reflectido, vejo-me tal e qual como sou. Comparando com esse passado, fico a pensar: Quem me viu e quem me vê”.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

MEMÓRIAS (MEMORIES)

Hoje em dia conhecem-se vários tipos de memória que vão desde o decorar datas, nomes e lugares, etc. o que é uma chatice. Convém desde já esclarecer que me refiro à memória humana essencialmente evocativa. Resumindo, a capacidade de aquisição, armazenamento e evocação de informações, é onde me situo sem sombra de dúvida.
Confesso que sou muito dado à memória evocativa. Basta uma música, um perfume, um toque de mão ou uma palavra e lá vou eu, reportado a um passado mais ou menos longínquo, mais ou menos vivo. Há quem encontre vantagens em recordar, eu não lhe vejo senão alguns inconvenientes. Deste modo, vivo rodeado de ruas, vilas, cidades e pessoas impossíveis de esquecer.
Desta vez, tirando a poeira a alguns CD,s perdidos na prateleira, encontrei este que partilho aqui. Que a música e principalmente a letra, traga boas recordações.

sábado, 8 de abril de 2017

ESTOU DIFERENTE... E DAÍ?

Não deixa de ser engraçado, se alguma graça existe em comparar o que se vê com o que se viu “antes”. Se não existir graça, pelo menos não deixa de ser curioso entrar num consultório e ver a cara de espanto e surpresa quando se deparam com a bengala e o andar periclitante. Perdem a voz, o maxilar pende-lhe sobre o peito e nenhum gesto se aproxima…. Ali permanecemos impotentes à mercê da piedade alheia.
Ainda que se ignore a respectiva postura corporal, é impossível não registar as palavras sem nexo balbuciadas tais como, “que chatice”. Nesse preciso momento, é que me sinto na obrigação de repetir o velho ditado, quem me viu e quem me vê …
Olho um passado ainda recente onde, cheio de vida, vejo com um certo desprezo as limitações dos outros. Tanta incompreensão, senão desprezo, só pode ser fruto da facilidade com que me deslocava em qualquer espaço. Hoje, tudo é diferente.
Na verdade, quem me viu e quem me vê…!
É natural que não acredite no que está a ver. Não há dúvidas que estou diferente, …
É altura de assumir essa diferença.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

UM ADEUS MUITO SENTIDO

Não é palavra que faça parte do dia-a-dia do meu vocabulário. Geralmente digo “tchau” quando me despeço de alguém que tenciono encontrar num futuro muito próximo. Para mim, a interjeição “tchau” não significa mais do que “até logo” ou “até à vista”.
Guardo o “adeus” para outras ocasiões. Aliás, o “adeus” tem uma conexão muito mais profunda, muito mais triste, por isso o evito. Despedir-me com um “adeus”, quer dizer que não tenciono voltar a ver a pessoa em questão, ou seja, trata-se de uma despedida com carácter definitivo.
Alguém disse, antes de mim, que um adeus não é uma despedida. É um entregar nas mãos de Deus o que é impossível gerir. Talvez seja verdade.
A palavra “ciao”, muito usada na Itália como mero cumprimento, aproxima-se mais da interjeição “tchau” o que acaba por me dar razão.

domingo, 2 de abril de 2017

AGRADEÇO... COMO SEMPRE

Nem sessões, nem consultas… nada. Seria de estranhar se não fosse domingo. E como não havia sessões (de fisioterapia, é claro) nem consultas, foi dia de passeio.
Tudo a voltar ao normal… será”? Pelo menos, o que considero ser normal. Como isso daria tema para outras publicações, fico-me por aqui.
Como bem escrevi, desde o verão passado, ainda não conduzo. Repare-se que tive o cuidado de escrever ainda
Hoje foi dia de passeio, isso é que interessa. Por momentos Fuji à rotina do dia-a-dia e fui por aí fora, levado por um amigo. Na verdade, devia dizer meus amigos, mas como era ele a guiar, refiro apenas o meu amigo. Desta vez, para variar, fomos até Caminha beber a nossa água que o almoço (em Vila do Conde) exigia.
O carro não era o mesmo, mas a Amizade permanece, senão maior. Obrigado.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...