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quarta-feira, 5 de julho de 2017

A RAPOSA E A CEGONHA

Cada vez que me sento à mesa para mais uma refeição, não consigo deixar de pensar na fábula de Esopo “A raposa e a cegonha”. Não é que me identifique com alguma das personagens da história, recordo apenas a história em si e nada mais. Para quem, mesmo assim, pretenda ver uma certa semelhança com a cegonha, devo dizer que me identifico mais com a (velha) raposa. Também não é que me sirvam as refeições em pratos rasos. Contudo, por uma razão que me parece estranha, não consigo deixar de pensar nesta fábula. Principalmente quando da refeição consta o arroz, batata frita e cenoura, bem cortadinha, etc. …
A fábula “A raposa e a Cegonha” estava bordada num lençol bem como a história do João Ratão. Lembro-me perfeitamente do João Ratão a cair no caldeirão assim como da cegonha a tentar comer num prato raso. Penso que os lençóis foram bordados aquando da demonstração grátis da máquina de costura recém-adquirida. Sem querer ser maldizente, direi apenas que a mãe não era muito dada a essas lamechices de pegar ao colo ou contar histórias para adormecer. Não tinha tempo nem paciência para isso. Hoje compreendo-a, nessa altura, não.
E lá estava a cegonha bordada a tentar comer a deliciosa sopa preparada pela raposa.
Para ambos os lados dos lençóis, a história continuava, só que não recordo as outras figuras.
Hoje pergunto-me porque recordo amiúde estas cenas, mas não perco muito tempo a aprofundar qual o motivo. Dizem que, com a idade, a memória alcança mais o tempo passado do que do presente… Pode ser que seja verdade mas, como disse, não perco muito tempo a pensar no que origina tais memórias.

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