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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

OS FILHOS, OS NETOS E EU

Um simples acento, grave, agudo ou esdrúxulo, parece não ter grande importância mas faz toda a diferença. Podia mesmo aproveitar-se como sendo um bom exemplo da importância que têm os acentos.
A confusão situa-se entre as palavras avos e avós (pondo de fora a palavra avôs) sem esquecer que todas as formas existem e coexistem nos dicionários de bom português. Nos meus tempos de adolescente acontecia-me, muitas vezes, confundir a palavra avos com a palavra avós. Nesse tempo, o que me deixava confuso, era estar convicto de que essa confusão só acontecia comigo. Hoje apercebo-me que a confusão se estende a muito boa gente.
Evidentemente, escreve o velho professor de Matemática, a palavra avos muito usada e Matemática, dificilmente se confunde com avós. Nesse tempo, recorria ao velho e estafado exemplo da pizza que se pretende dividir, dando-lhe um cariz mais moderno através de outros meios mais modernos como sejam os PowerPoint´s. Resumidamente, direi que sempre que o denominador de uma fracção é maior do que dez, usámos a velha palavra avos.
Quando nos referimos aos pais dos progenitores, então deve usar-se a palavra avós.
Nesta altura, após uma exaustiva reflexão, tenho que admitir a minha falta de jeito para ser avô e pouco para ser pai. Com o tempo lá fui “aprendendo” o duro ofício de ser pai. Mas avô, acho que nunca cheguei ou não quis apreender. Parafraseando Teresa Morais (como sempre acontece quando termino um livro), sei que que sou o menos pedagógico dos avós – o deixá-los comer sem lavar as mãos, a permitir-lhes recusar a sopa e o peixe cozido, a enchê-los  de guloseimas, o autorizá-los remexer nos móveis da cozinha, a brincar e a partir os bibelots da sala, a encantar-me com os rabiscos feitos nas paredes, e a sorrir ao vê-los comer terra dos vasos. Ainda hoje é assim com os netos, principalmente com a mais pequenina que não chegou a conhecer o avô com as limitações que tem hoje. Muitas vezes embarcámos os dois num mundo que é só nosso.
Com os avós ficam aquelas tarefas que ninguém quer como sejam recolher os meninos no colégio, ficar com eles em casa enquanto os pais estão ausentes por motivos profissionais, entretê-los no terreno contíguo a casa, levá-los de férias, etc. enfim,  substituir os pais na ausência destes.
Se por um lado gosto de ser avô, há outro lado em que recusa a inexorável lei da vida
No entanto, ser avô, tem imensas vantagens ou deveria escrever  compensações?
É através deles que é possível voltar a ser criança outra vez.

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